22 de dezembro de 2011

BA 11 (Beja): Acordo Portugal/ Coreia do Sul está para breve

O acordo entre Portugal e da Coreia do Sul, para a utilização da Base Aérea de Beja “está em fase de ultimação”, a garantia foi dada por fonte próximo do Governo. Uma delegação de 12 militares da Força Aérea da Coreia do Sul esteve a semana passada em Beja. O acordo deve estar concluído até Março de 2012.

Militares da Força Aérea da Coreia do Sul regressaram pela quarta vez a Beja e à Base Aérea Nº. 11, desta feita “testaram os céus de Beja” tripulando um avião Epsilon.

“O acordo entre os dois Governos para utilização da Base Aérea 11 (BA11), está em fase de ultimação. Pode dizer-se que está a 80 por centro”, disse na segunda-feira à Voz da Planície fonte próxima do Governo português, apesar do assessor do ministro da Defesa não responder aos contactos que temos mantido com o Ministério tutelado por José Pedro Aguiar Branco, cujas negociações devem estar concluídas até Março de 2012.

Em causa esta a instalação, na BA11, de uma escola de formação avançada de pilotos de aviões de combate, incluindo 25 caças T-50 Golden Eagle, aviões da linha dos F-16 da “família” Lockeed Martin. A instalação da esquadra asiática, significará a chegada de 60 pilotos sul-coreanos e as suas famílias, além de 20 militares com funções de chefias e cerca de 150 técnicos de manutenção. O governo da Coreia do Sul, prevê a necessidade de alojamento para 300 famílias.

Na passada terça-feira decorreu uma reunião no Estado-Maior da Força Aérea, onde estiveram presentes, entre outros, o CEMFA, General José Pinheiro, e da BA11, os comandantes da Unidade, coronel Mário Salvação Barreto, das Esquadras 103-”Caracóis”, 552-”Zangões” e 601-”Lobos” e o do Grupo de Apoio, encontro que teve como finalidade “abordar a deslocação para Beja das Esquadras da Força Aérea da Coreia do Sul”.

Neste mesmo dia, a bordo de um voo da Air France, chegaram a Lisboa 12 militares coreanos, entre eles um Major que comandará o destacamento asiático na BA11. Esta delegação foi transportada na quarta-feira para Beja, a bordo de um avião C-295M, tendo centrado atenções na Base Aérea e de novo nas instalações do Bairro Residencial da Força Aérea.

Segundo apurou a nossa estação, deste grupo, ficaram nos dois dias seguintes somente dois oficiais, que visitaram o Bairro, sabendo a Voz da Planície que além do Alojamento dos Oficiais em Trânsito, edifício conhecido como “Torre”, os coreanos pretendem ocupar um bloco de quatro edifícios, para alojamento dos seus militares e famílias.

Na sexta-feira, 16 de Dezembro, um avião Epsilon, vindo da BA1, em Sintra, recolheu na BA11, cerca das 11h45, o último militar da delegação coreana, o Major que será o responsável em Beja pelo comando do destacamento, tendo sobrevoado os céus da região, um “espaço aéreo sem tráfego e céu aberto, excelente clima e sem vento”, cenários que os sul-coreanos consideram como “muito cativantes”.

A Voz da Planície está em condições de avançar que além do Ministério da Defesa e da direcção-geral de Política de Defesa Nacional, a EMPORDEF-Empresa Portuguesa de Defesa SGPS, SA a holding das indústrias de defesa portuguesas, é uma das principais instituições envolvidas nas negociações com o Governo e a Força Aérea coreana e na instalação em Beja do seu destacamento aéreo.

Apesar da “cortina de fumo” que envolve todo o processo, de acordo com dados a que a nossa estação teve acesso uma das contrapartidas pela utilização da unidade portuguesa “será a formação dos pilotos portugueses do F-16 e do Alpha-Jet” nos caças T-50 Golden Eagle coreanos.

Coincidência é o facto da Esquadra 103-”Caracóis” ter o seu futuro “em suspenso” até Março de 2012, data em que deve estar firmado o acordo luso-coreano, “comentando-se” no interior da BA 11 que aquela pode “desaparecer” com a chegada dos “novos vizinhos”.

Em causa estão problemas na “cadeia logística” ao nível de componentes de substituição dos Alpha-Jet, nomeadamente, na cadeia de voo do segundo, que estão inoperacionais, situação que em na melhor das hipóteses só deverá estar ultrapassada naquela data. Dos cinco aviões da esquadrilha, somente dois estão aptos a voar e ainda assim, só com o instrutor a bordo, face a avaria do sistema ejecção do co-piloto ou instruendo. (VP)

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