18 de dezembro de 2011

Goa/50 Anos: CEMA exalta "data que a História por vezes ignorou"

A Marinha Portuguesa realizou este domingo uma cerimónia de homenagem aos seus militares falecidos e aos que sobreviveram nos confrontos aquando da invasão da União Indiana a Goa, em 1961, que teve como consequência a independência daquele território.

"Espero que o que aqui testemunharam tenha contribuído para um melhor conhecimento de uma data que a História por vezes ignorou, mas que a distância dos acontecimentos hoje permite entender", afirmou o chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Saldanha Lopes.
No seu discurso, na Base Naval do Alfeite, onde decorreu a cerimónia, Saldanha Lopes sublinhou que o ramo que lidera "tem um fundado orgulho do seu passado".

Junto à doca da Base Naval do Alfeite, "a casa mãe dos navios", como lhe chamou o almirante, foi descerrada uma placa evocativa dos cinco marinheiros falecidos na Índia, precisamente a 18 de Dezembro de 1961, nos combates com a Armada e a Força Aérea indianas.

Antes da cerimónia militar, onde esteve presente todo o comando da Marinha e também o presidente da Liga dos Combatentes, general Chito Rodrigues, teve lugar uma missa em homenagem aos mortos na capela de Nossa Senhora do Mar, no Alfeite.

Saldanha Lopes afirmou que a placa em homenagem aos mortos serve "para que todos os marinheiros de hoje e de amanhã possam conhecer os seus nomes e os dos navios que serviram, perpetuando a sua dádiva e grandeza".

"Os marinheiros que hoje homenageamos foram consequentes no seu juramento, deram a vida pela pátria", referiu.

Já o vice-almirante Mendes Rebelo, o mais antigo militar sobrevivente, com 26 anos na altura dos confrontos em Goa, defendeu que a pátria deve "gratidão e orgulho" aos seus militares.

Durante o ataque da União Indiana, que possuía meios militares muito superiores aos portugueses, foram afundados dois navios da Armada Portuguesa: A lancha Vega e o navio Afonso de Albuquerque.

Nos territórios portugueses na Índia estavam na altura cerca de 3500 militares. Os confrontos duraram mais de um dia - começaram a 17 e terminaram só a 19 de Dezembro - e culminaram com a rendição dos militares portugueses.

Essa rendição valeu a expulsão das Forças Armadas do general Vassallo e Silva, último governador em Goa, que depois do 25 de Abril veio a ser reintegrado na instituição militar.(CM)

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