23 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal e de Ano Novo do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional

Militares, Militarizados e Civis da Marinha:

É no verdadeiro espírito da quadra em que nos encontramos, que saúdo a grande Família Naval a que todos pertencemos.

O ano de 2011, apesar de difícil, permitiu um produto operacional de que nos podemos orgulhar. Continuámos a assegurar – nas águas sob soberania, jurisdição ou responsabilidade nacional – um conjunto muito alargado de missões no âmbito da defesa militar, da segurança e autoridade do Estado e das ciências e técnicas do mar. Já no quadro do apoio à política externa do Estado, marcámos presença nos 5 países africanos de língua oficial portuguesa, em Timor-Leste, no Afeganistão e na Somália, onde no âmbito da Operação Atalanta empenhámos o navio almirante e comandámos a força naval da EUNAVFOR – dando, assim, um contributo empenhado para a paz e a estabilidade globais.

Ao entrarmos num ano que será de grande exigência para todos os portugueses, o meu primeiro pensamento é para todos aqueles que, no cumprimento da sua missão, no mar ou em terra, estão nesta quadra longe dos que lhes são mais queridos, na certeza de que a honra do dever cumprido e os valores da camaradagem e da solidariedade – próprios dos marinheiros – lhes amenizará o afastamento. Renovo, tal como fiz no ano passado por esta altura, uma palavra de agradecimento muito especial para as famílias destes militares e militarizados, que estendo, naturalmente, a todas as nossas famílias. O seu apoio, carinho e compreensão, designadamente nos nossos períodos de ausência, são essenciais para o cumprimento da missão.

Este é, ainda, o momento de mais uma vez reconhecer publicamente o trabalho efectuado pelos que no mar, a partir do mar, no litoral e nos serviços em terra, dão o melhor do seu esforço e dedicação ao País e à Marinha. A Marinha será sempre aquilo que for o resultado do nosso empenho, porque é para ela que todos trabalhamos durante a nossa faina diária, indiferentemente de sermos militares, militarizados ou civis. Esta é, também, uma boa oportunidade para perspetivarmos o futuro, nomeadamente o ano de 2012, que trará enormes desafios para o País e para a Marinha. Será, efectivamente, um Ano Novo na verdadeira acepção da palavra!

Contudo, é em períodos de grandes dificuldades que se têm de buscar novas oportunidades, pelo que teremos que aliar ao habitual rigor que empregamos na gestão dos recursos, uma elevada dose de criatividade na procura das soluções mais económicas, que permitam atingir o nosso produto institucional de uma forma cada vez mais eficiente. Todo esse esforço de optimização da Marinha vai requerer entrega, dedicação, pro-actividade, tolerância e espírito de entreajuda – mas esses são valores que fazem parte da nossa cultura institucional e que – estou certo – continuarão a pautar a nossa conduta!

Exorto-vos, ainda, a todos: militares, militarizados e civis, a estarem unidos e coesos, para que possamos enfrentar as dificuldades com o ânimo e a motivação com que enfrentamos o mar quando ele não está de feição. Como tal, é nesta grande barca que é a Marinha que teremos de o enfrentar. É este o único rumo.

Se interiorizarmos e professarmos os valores próprios da instituição, mantendo-nos leais, unidos, coesos e com esperança no amanhã, não tenho dúvidas que as dificuldades serão transpostas e que saberemos construir uma Marinha que se consolide cada vez mais como uma instituição indispensável para a ação do Estado no mar, em que os Portugueses acreditem e de que se continuem a orgulhar.

Termino esta minha mensagem desejando um Feliz Natal e fazendo votos para que, com saúde, ânimo e tranquilidade de espírito, todos façamos de 2012 um ano que nos continue a trazer realização profissional, satisfação pelo dever cumprido e orgulho em pertencer à Família Naval.

José Carlos Saldanha Lopes
Almirante

Sem comentários:

Enviar um comentário

Mensagens consideradas difamatórias ou que não se coadunem com os objectivos do blogue Defesa Nacional serão removidas.