9 de fevereiro de 2015

Empordef tem 11 interessados

A Empordef Tecnologias de Informação (ETI), empresa de tecnologia da indústria da Defesa que está em processo de privatização, conta já com 11 interessados, disse ao Diário Económico fonte oficial do ministério da Defesa Nacional.

A tutela recebeu manifestações de interesse de entidades nacionais e internacionais que têm agora até ao final do mês para formalizar a candidatura. Os 11 interessados só se tornarão efectivamente candidatos quando apresentarem uma proposta, explicou a mesma fonte.

O processo de privatização da ETI foi lançado no final do ano, com os potenciais compradores a ter de manifestar o seu interesse até 8 de Dezembro. O objectivo é que o processo esteja concluído no início de Abril, segundo o calendário definido na altura pela tutela. 

Não foram revelados os nomes dos potenciais compradores, mas empresas como a Critical Software ou a Novabase já admitiram que poderiam olhar para o processo.

A privatização da ETI faz parte do plano do Governo de alienar as empresas da Defesa e extinguir a Empordef, ‘holding' que agrega estas entidades. A ‘holding' já está, aliás, em processo de extinção.

A excepção deverá ser o Arsenal do Alfeite que, pela sua especificidade, ainda não tem solução concreta. A Defesa encomendou um estudo a Augusto Mateus, para definir o futuro dos estaleiros da Marinha mas este ainda não está concluído.

No âmbito desta reestruturação das indústrias da Defesa foi criada a IDD, que funciona como a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) deste sector, agregando as empresas e estabelecendo contactos a nível internacional.

A venda da ETI esteve prevista para o início de 2014, mas acabou por ser adiada para o final do ano. Na altura, o ministro da Defesa justificou o atraso com o facto da tutela estar focada em encontrar soluções para os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), cujos terrenos foram subconcessionados à Martifer devido a um processo de Bruxelas sobre alegadas ajudas de Estado e que obrigaram ao encerramento da empresa e despedimento de todos os trabalhadores.

Foi, aliás, a subconcessão dos terrenos dos ENVC que levou a tutela a decidir a liquidação da Empordef. Aguiar-Branco defendeu, na altura, que o objectivo da ‘holding' já não fazia sentido e que as participações da Defesa em empresas, como os 35% que detém na OGMA, poderiam ser transferidas para outras tutelas, como o ministério das Finanças, ou directamente a Defesa, sem ser necessário um intermediário.

A conclusão da extinção da Empordef vai acontecer ainda este ano, conforme as empresas da Defesa forem sendo vendidas ou reestruturadas.

Além da ETI, o Governo quer vender a participação na EID (Empresa de Investigação e Desenvolvimento) e internacionalizar a actividade desenvolvida pela Defloc e pela Defaerloc, empresas criadas para servir de intermediárias na compra de equipamento militar. (E)

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