11 de fevereiro de 2015

Marinha tentou acordo com Exército e Força Aérea para comprar o navio "Siroco"

As mesmas fontes adiantaram que a questão terá sido colocada ao nível das chefias militares no final do ano passado, pouco antes da proposta de LPM ser enviada para o parlamento, mas que tanto o Exército como a Força Aérea recusaram, alegando que os seus programas de reequipamento estavam fechados.

O interesse português no "Siroco" terá surgido durante os últimos meses de 2014, quando já ia avançada a elaboração da LPM, não tendo sido possível incluir a aquisição desta capacidade.

Uma fonte parlamentar referiu à Lusa que terão sido inclusivamente feitas diligências para um "acordo interministerial" [que incluísse Administração Interna e Saúde, além da Defesa] para a compra do "Sirocco", já que este navio polivalente logístico (NPL) tem capacidade para ser utilizado em apoio à Protecção Civil ou em situações de catástrofes naturais.

Durante uma audição à porta fechada na comissão parlamentar de Defesa, na terça-feira, a aquisição do NPL francês, também desejado por Brasil e Chile, foi discutida pelos deputados com o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Macieira Fragoso, que terá admitido que os 50 milhões de euros previstos para a modernização das fragatas poderão ser canalizados para este equipamento, avaliado em 80 milhões.

No final da audição, o chefe da Marinha disse à Lusa que a compra do NPL está em "fase final de decisão" pelo Governo e que esta é uma prioridade transversal às Forças Armadas.

"Esta é uma capacidade que está em falta no sistema de forças já há muito, mas não tem sido possível ao Estado português encontrar o financiamento para adquirir um navio dessa envergadura e agora esta pode ser uma boa oportunidade para completar essa falha", declarou.

Questionado sobre se a compra pode vir a ser financiada conjuntamente pelos três ramos, Luís Macieira Fragoso respondeu: "Pois. Não será, mas é um navio que terá emprego conjunto".

"É um navio que interessa ao sistema de forças da Marinha, é um navio de projecção de forças para assalto anfíbio, por exemplo, mas é um navio também que tem muitas capacidades para permitir que meios dos outros ramos sejam projectáveis noutros locais, também para transporte logístico, sem natureza puramente militar", acrescentou. (NM)

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