17 de novembro de 2015

Sete inovações que vão mudar as forças armadas portuguesas

São sete projectos, apontam para o futuro, mas não para um futuro demasiado longínquo: até 2018, deverão ficar concluídos todos estes sete projectos de investigação que o Ministério da Defesa Nacional (MDN) seleccionou durante a “call” de Investigação e Desenvolvimento de 2014 (divulgada em 2015).

Além de poderem transformar a forma como as Forças Armadas (FA) executam algumas das suas missões, estes projectos têm em vista a comercialização e a entrada no mercado “civil”. As candidaturas tinham como requisito o envolvimento e os interesses das Forças Armadas, mas também eram «valorizados os consórcios que integrassem entidades do sector industrial, através de factores de ponderação multiplicativos», explica o MDN por e-mail.

Todos estes projectos se encontram num nível 7 de uma escala conhecida na Indústria como Technology Readiness Level (TRL). O que significa que já deverão ter superado a fase de demonstração de conceitos e que estão em vias de chegar a uma aplicação comercial ou industrial, explica o MDN.

Além dos diferentes ramos das FA estão também presentes empresas e laboratórios conhecidos do sector das tecnologias português: Critical Software, INOV-INESC, PT, Instituto Hidrográfico, Universidade de Lisboa, Universidade de Aveiro, Universidade do Algarve, entre outros.

Cada um dos sete projectos vai receber um co-financiamento que varia entre os 300 mil a 1,2 milhões euros. «Alcançou-se assim uma taxa de financiamento média equilibrada entre o esforço financeiro desenvolvido pelo MDN e os proveitos quer para o saber científico de interesse fundamental da Defesa Nacional quer para o tecido económico nacional», explica o e-mail do MDN enviado para a Exame Informática.

Os sete projectos foram seleccionados de um total de 24 candidaturas. A selecção ficou a cargo de um júri independente. Além destes sete projectos desenvolvidos por empresas e organismos nacionais, o MDN aprovou ainda mais três iniciativas que deverão ser executadas com parceiros estrangeiros. Essas três iniciativas estão actualmente em negociação e só deverão arrancar em 2016.

Conheça os diferentes projectos;

Projeto Troante: tem como objectivo testar e operacionalizar um veículo aéreo não tripulado (UAV) com peso máximo de 25 quilos à descolagem. Além da prestação de serviços, o projecto tem em vista a comercialização e a industrialização de sistemas que envolvem drones. O projecto garantiu um investimento do MDN de 1,2 milhões de euros, que correspondem a 49% do custo total. No projecto participam a Força Aérea, Marinha e Exército, o Instituto de Telecomunicações de Aveiro, a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a PT Inovação e Sistemas e o CEIIA.

Projecto SUB-ECO: Desenvolver um sistema de monitorização e vigilância acústica da margem continental portuguesa, através da previsão de ruídos. A solução tanto pode ser usada para fins militares como para a análise ambiental de ecossistemas. O MDN financiou a totalidade do projecto, que está orçado em 1,19 milhões de euros. O projecto conta com a participação do Instituto Hidrográfico da Marinha e Força Aérea, Marsensing, e CINTAL. Tem uma duração de 39 meses.

Projecto Themis: Desenvolvimento de ferramenta de apoio à decisão em missões humanitárias, contemplando a cooperação entre diferentes agências civis e militares. Conta com a participação da Marinha e do Exército, Critical Software, ISEGI e Unidemi. O projecto deverá ter uma duração de 36 meses. O MDN investirá 423 mil euros (68% do custo total)

Projecto Auxdefence: desenvolvimento de uma nova geração de fardas, que consiga revelar maior resistência ao impacto, ao corte e à perfuração. Prevê-se o uso de materiais auxéticos, que contrariam as forças que lhes são aplicadas. O projecto deverá durar 36 meses. Tem a participação das Força Aérea e Exército, da Tecminho e das empresas Leandor Manuel Araújo, Fibrauto, Latino Confecções, IDT Consulting e Sciencentris. O investimento do MDN (696 mil euros) corresponde a 89% do custo total.

Projecto BMS & EMM: Tem por objectivo desenvolver uma plataforma de gestão de recursos e operações que deverá ser usada em tanques, blindados e pelotões de fuzileiros, e ainda uma plataforma de gestão para unidades de emergência e socorro. O projecto vai ser desenvolvido pela Critical Software, o CINAMIL, o CINAV, a Autoridade Marítima Nacional e o INESC-ID. O projecto tem uma duração de 36 meses. O financiamento do MDN ascende a 1,15 milhões de euros.

Projecto Andómeda: Tem por objectivo fazer evoluir o sistema de informação criado pelo projecto Perseus. Pretende desenvolver uma rede privada segura entre drones. Transmissão de vídeo em tempo real entre veículos voadores tripulados e não tripulados e navios e alargamento do alcance das comunicações também constam na lista de metas que deverão ser atingidas pelo Andrómeda durante os 30 meses de investigação. O MDN investe apenas 332 mil euros, que totalizam apenas 27% do projecto. Participantes no Andrómeda: INOV-INESC; Marinha e Força Aérea Portuguesa; Xsealence.

Projecto Gamma-ex: Desenvolvimento de uma solução que recorre a veículos aéreos pilotados remotamente para a detecção de ameaças biológicas, químicas ou radiológicas, bem como atmosferas explosivas. I-SKYEX, Marinha e Exército, Instituto de Soldadura e Qualidade e Instituto Superior Técnico participam no projecto. Tem uma duração de 24 meses. O MDN investe 355 mil euros (93% do custo total). Fonte: Exame Informática

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