O presidente do Brasil investido, Michel Temer, cancelou a doação de três aeronaves do tipo T-27 Tucano à Força Aérea de Moçambique, segundo um comunicado apresentado quarta-feira, no Congresso Nacional.
A mensagem do presidente, segundo a Rádio Moçambique, seguiu à decisão do Ministério da Defesa, na qual se lê que a tutela «tem-se empenhado em celebrar acordos bilaterais com nações amigas», dando especial atenção à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), «sabiamente nações que apresentam dificuldades na área da defesa».
Em 2009, após visita oficial do ministro brasileiro da Defesa a países africanos, identificou-se esta oportunidade, mas, em Março do ano passado, depois da mudança de titular da pasta, foi diagnosticada a morosidade do processo, que «representa um obstáculo grave e, na prática, prejudica mais do que favorece a cooperação», segundo se lê no comunicado da tutela.
Ao reavaliar o processo, o ministério pediu um parecer ao Comando da Aeronáutica, que se mostrou contrário, recomendando o cancelamento da doação.
Depois de a Força Aérea Brasileira ter decidido utilizar apenas as aeronaves T-27, desistindo das AT-29, na formação, «a doação das três aeronaves impactará directamente na dotação da frota, ou seja, a quantidade de aviões previstos para a instrução aérea seria insuficiente para atender ao previsto», lê-se na decisão.
Além disso, o Comando da Aeronáutica alertou que «manter as aeronaves reservadas» até à aprovação do projecto de lei «implica custos permanentes de manutenção e suprimento».
«Estima-se que o Governo de Moçambique precise de apoio brasileiro, tanto para o transporte das aeronaves àquele país, como para o início das operações, gerando, assim, fardo extra, que não foi anteriormente previsto», segundo o comunicado.
Na decisão, pesou também o facto de o Governo de Moçambique ter manifestado interesse, em Abril de 2011, na aquisição de três aeronaves A-29 Super Tucano.
«Actualmente, as negociações prosseguem directamente com a Embraer e envolvem a aquisição de um número maior de aeronaves A-29», sendo que «as missões de emprego dessas aeronaves são as mesmas que a Força Aérea Moçambicana pretendia realizar com os T-27 Tucano», referiu a tutela.
Porém, segundo o comunicado, «o suporte logístico é bem diferente para os dois tipos de aviões, não sendo possível reaproveitamento». (A Bola)
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